quarta-feira, maio 01, 2013

"Memórias de Céu e Inferno" apresentado em Felgueiras no próximo sábado

Vai ser apresentado em Felgueiras, no próximo sábado, dia 4 de Maio, pelas 16 horas, na Casa das Artes, o livro Memórias de Céu e Inferno, António Passos Coelho (romancista, contista e poeta), natural e residente em Vila Real.
Trata-se de um romance, de 300 páginas, dado à estampa pela Fronteira do Caos Editores.
A apresentação crítica da obra estará a cargo do felgueirense  Rui Noronha e Sousa.

Sinopse da obra
O inferno é uma invenção pré-histórica de certo fanatismo religioso, destinado ao suplício de almas malvadas. O paraíso fora concebido para premiar eternamente as almas boas; localiza-se no céu, em sítio incerto. Não obstante os avanços tecnológicos no domínio da astronáutica, ainda se não vislumbrou o preciso lugar desse almejado destino das almas sãs, cujos corpos se finaram. Do inferno nunca nenhum sábio ousou definir a topografia, e não existe notícia de que alguém se tenha interessado em descobrir-lhe o paradeiro. Por mim, creio que o inferno é nesta vida e não está equipado com caldeirões efervescentes, terríficos braseiros, sofisticados aparelhos flageladores. Cada pessoa pode ter o seu inferno. O meu foi a fome, o frio, a miséria que vivi até aos oito anos num casebre imundo de Peneda…. Completamente alheio à tragédia que assolava a Europa, com a avalanche militar nazi subjugando a Bélgica, a Holanda, o Luxemburgo e parte da França, posto que detida pelos soviéticos em Stalinegrado, e repercutindo-se gravemente no nosso país em dificuldades económicas que nos impunham graves restrições alimentares, eu era feliz em Chaves. Vivia feliz na simpática, bonita, acolhedora, farta cidade fronteiriça flaviense. Vivia no céu!

O autor
António Passos Coelho nasceu em Valnogueiras, Panóias, Vila Real. Médico Pneumologista, possui no seu curriculum uma vasta e notável experiência na luta contra a tuberculose. Foi director Clínico do Sanatório do Sameiro. Nos anos 70, do século XX, parte para Angola, onde é encarregado de organizar a luta antituberculosa no distrito do Bié até 1973, altura em que é nomeado director do Sanatório de Luanda. Ainda em Angola, exerce funções de Chefe de Serviço de Combate à Tuberculose e é nomeado responsável pelo curso de Tisiologia da Faculdade de Medicina de Luanda. Após 1975 regressa a Portugal e desenvolve a sua actividade em Vila Real. Foi Coordenador Distrital do Serviço de Luta Antituberculosa (SLAT-1976), membro da Comissão Instaladora da Administração Distrital do Serviço de Saúde (1997), Presidente da Assembleia Distrital da Ordem dos Médicos (1978), Vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Patologia Respiratória (1980), Presidente da Comissão Instaladora do Hospital Distrital de Vila Real e Director Clínico do mesmo (1991). Foi Presidente da Assembleia Municipal de Vila Real.
Tem obra literária de que destacamos os livros de contos Gente da Minha Terra  (1960) e Histórias Selvagens  (1963), que serviu de argumento para um filme de António Campos, o livro de poesia  Material Humano (1997), e os romances Caramulo (2006), Zélia (2008) e Angola Amor Impossível (2011).